na minha estante: A bruxa de Portobello

Mais um livro do Paulo Coelho cheio de símbolos e sinais, e pela primeira vez ele traz, inclusive, o Jung para a história (sim, Carl Gustav Jung, da psicologia analítica).

Em A bruxa de Portobello, Coelho conta a história de Athena por meio de relatos e memórias de outros personagens. De início confesso que essa estrutura narrativa parecia meio lenta e sem graça, mas conforme os temas foram ganhando forma e fui conhecendo mais a protagonista, as coisas mudaram de perspectiva.

E isso pode ser percebido pelo número de citações grifadas no meu livro, que por sinal foi baratinho (R$ 5,00 numa ponta de estoque em Curitiba). Uma das inúmeras passagens que gosto é essa aqui da página 240:

“Tenho medo de dar passos que não estão no mapa, mas, apesar dos meus terrores, no final do dia a vida me parece muito mais interessante”.

Com certeza é o tipo de situação que quero trazer mais para o meu dia a dia. E antes de qualquer coisa, gostaria de compartilhar um pensamento a respeito das leituras que tenho feito de Paulo Coelho, apesar de muitos não curtirem seu misticismo, ele é bastante simbólico, para aqueles leitores que conseguem pensar “fora da caixinha”, não ser tão racional, é provável que você encontre tantos “sinais” quanto eu nessa leitura, mas se for o contrário, talvez você veja apenas como uma história sobre uma mulher em busca de um sentindo para a sua vida, e isso também é lindo. Cada um extrai do livro aquilo de que necessita e sou grata por extrair, além de entretenimento, alguns ensinamentos.

Curiosidade: achei linda essa capa da Sant Jordi Asociados.

Autor: Paulo Coelho
Editora: Planeta
Ano: 2006
Páginas: 293

na minha estante: O homem e seus símbolos

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Em Março completo um ano de terapia e acredito que se Jung fosse meu analista diria que foi a sincronicidade que me fez “cair” justamente em uma terapia com uma de suas discípulas. Para uma mente criativa e sonhadora como a minha, nada melhor do que estar numa terapia junguiana, que me permite entender diversos pontos importantes por meio de símbolos (que vão muito além de desenhos), insights, sonhos e inclusive textos escritos há anos. Portanto, sou muito grata pelo dia que liguei para uma clínica para marcar uma consulta e leiga a respeito das linhas fui encaminhada para uma psicóloga junguiana.

Ela, depois de algum tempo de análise e vendo que estava empolgada com a teoria de Jung, indicou-me um livro: “O homem e seus símbolos”, onde Carl Jung reúne um grupo de teóricos para abordar diferentes aspectos humanos relacionados a psicologia: a mente consciente e inconsciente, animus e anima,  sonhos, o processo de individuação, estudos antropológicos e mitológicos, arquétipos e mais inúmeros termos e conceitos muito interessantes sobre a psique. Acredito que este seja um livro para aqueles que querem conhecer os espaços escusos de suas mentes, para os racionais, talvez seja difícil encarar alguns fatos aqui apresentados, até para mim às vezes o ceticismo resolvia aparecer:

“Para o espírito científico, fenômenos como o simbolismo são um verdadeiro aborrecimento por não poderem formular-se de maneira precisa para o intelecto e a lógica”. JUNG, Carl, p. 113.

Para quem gostaria de entender um pouco mais quem foi Jung e de que forma ele encarou a psicologia e também o modo como ele se distanciou da teoria de Freud, este é um bom meio de começar. 

Concepção e Organização: Carl G. Jung
Participação: John Freeman / M.-L von Franz / Joseph L. Henderson / Jolande Jacobi / Aniela Jaffé
Tradução: Maria Lúcia Pinho
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 448