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De um armário abarrotado de inutilidades na Noruega a um minúsculo apartamento na Berkeley St. em Boston até a bela montanha em Queenstown na Nova Zelândia, onde conquistei a maior varanda que poderia imaginar e que preencheu algumas poucas linhas de minha secreta biografia. Emborquei a vida, o que aqui significa que “a virei de cabeça para baixo”. Sem qualquer ferocidade, medo ou ansiedade encontrei um novo caminho. Mansamente um amor que se desfez diante dos meus olhos, dedos, nariz e até porta retratos deu espaço a uma descoberta mais pura e serena.

Você e eu, éramos apenas alma gêmeas.

O mais descrente diria que estou debochando, com dor de cotovelo. Afinal, alma gêmeas não deveriam permanecer atadas até o fim da vida? Não foi bem assim que aconteceu. E era o jeito certo pra nós dois. Nós, como gêmeos, jamais poderíamos permanecer lado a lado sem intrigas e confusões, somos espelhos um do outro e muitas vezes mostramos aqui que mais machucava, o que era mais difícil de confrontar. Mas e o que importa nisso?

Tente adivinhar!

Não importa mais. O que era pra ser, foi. O que não era, perdeu-se e encontrou outro destino. E não é difícil, porque a vida às vezes caminha numa direção bem diferente daquela imaginamos num dia ao olhar pela janela e nem por isso é ruim. Uma chance para quebrar o ciclo, uma porta aberta o auto conhecimento e uma bela estrada pela qual vale a pena percorrer.

* o texto começou com a ideia de fazer um tributo
à dupla composta por Dallas Green e P!nk,
mas acabou virando outra coisa