na minha estante: Austenlândia

Capa Austenlândia

Pra quem acompanha as minhas resenhas, Jane Austen é uma constante em minhas leituras. Pode ter passado dois séculos, mais Austen continua intrigando, encantando, apaixonando e permitindo a recriação. Em Austenlândia, Shannon Hale conta a história da jovem Jane Heyes, nova iorquina, solteira e obcecada pelo Mr. Darcy, cavalheiro do romance Orgulho e Preconceito.

Entregue a noites assistindo ao DVD da versão britânica televisiva de Orgulho e Preconceito, Jane  alimenta ainda mais sua obsessão e num encontro inesperado com sua tia-avó Carolyn, a moça revela sua paixão pelo personagem literário e também que todos os seus relacionamentos são arruinados pela imagem que ela tem do homem perfeito – Darcy. É nesse encontro que sua tia-avó diz algo que vale para todos: “Descubra o que é real pra você” (p. 16). O que realmente Jane Heyes ama em Mr. Darcy e nas histórias de Jane Austen?

Com a morte da tia-avó Carolyn, alguns meses depois, Jane Heyes descobre na leitura do testamento que herdou um período de férias em Pembrook Park, também conhecido como Austelândia. É nesse “retiro” do outro lado do oceano, mais especificamente na Inglaterra, que a nossa protagonista terá a oportunidade de viver de acordo com a época de Austen e, quem sabe, livrar-se de vez de sua obsessão pelo ícone masculino das histórias da escritora britânica.

Em Pembrook Park, em meio a um local milimetricamente calculado para tornar a estadia o mais real possível, que Jane Heyes vê se diante de coisas ainda mais confusa. São tantas pessoas em Austenlândia e é difícil identificar quem é ator e quem é hóspede, o que é real e o que não é.

Para leitoras de Jane Austen e pra quem quiser rir e se comover com a história, recomendo a leitura. Acredito que todas, em algum momento, irão se identificar com a personagem. Quem nunca se apaixonou por algum personagem literário enquanto estava lendo? O livro traz muito sobre amadurecimento pessoal, sobre sair do virtual e vir para o real, desapegar e perder, sem que isso signifique algo ruim.

Agora fico no aguardo do lançamento do livro 2: Meia-noite em Austenlândia.

PS: a adaptação para o cinema é muito mais comédia do que eu gostaria, a personagem parece muito boba, e os personagens, com exceção do Henry, são todos bem fracos, e parecem se distanciar bastante da proposta do livro.

Autora: Shannon Hale
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Record
Páginas: 240
Ano: 2014 – 1ª edição

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